Graças ao Setúbal, a histeria do "Ninguém Pára o Benfica, Olé" terminará de vez, devolvendo o silêncio necessário para uma franca meditação sobre o estado económico lastimoso do nosso país!
"Franca meditação"...? Os portugueses, a meditar? :-p Apetece-me citar Ruben A.
"Porque será que em tudo o que é português, há sempre qualquer coisa de rafeiro? Há sempre um tipo a chatear, um cão a ladrar, um desprotegido bom tipo, um fidalgote que nasceu rafeiro. Do alto a baixo há sempre um costado em que somos rafeiros. Temos dentro de nós uma raça com intromissões indiscretas, mas bem patentes de rafeirice. Isto é o nosso interesse tosco e frascário, isto é também o nosso primitivismo de ideias em atraso mental. Somos comos os barros de Barcelos - patentes no tabuleiro, colorido e pitoresco, a cinco coroas cada (para o casal faz-se um abatimento); somos como o vinho verde que azeda depressa, mas que tem graça e vida bebido da pipa - que tirado do cajeirão para uma malga bem atestada recheia cá por dentro acompanhando celestiais sardinhas na brasa. Sim, nos doces regionais e na culinária de tasca somos mestres. É estranho como os povos diferem: um inglês não é capaz de produzir um bom arroz de forno, se bem que por outro lado tenha duas magníficas ideias práticas que nos assustam. Nós comemos arroz no forno em delícia transcendental e a seguir cinco ou seis discursos causam um indigestão mental mesmo nos mais resistentes".
Ruben A. in "Páginas (IV)", Lisboa, Assírio e Alvim, p.145-6.
A melhor definição de ser português não está certamente nas páginas da obra do senhor Ruben A., mas sim - e naturalmente, façamos justiça! - nas de Agostinho da Silva... ou de Zorze (estou a brincar, mas aqui vai "alho")
"Mesmo que a minha mãe não faça o buço, lembrar-me-ei sempre que foi ela quem me pariu e, como tal, se ela é vista com desdém, com mais desdém ainda deverão vocês olhar para mim. Ela talhou a minha carne e ossos e não deixarei que ninguém a enxovalhe. É assim que a amo cá por casa, isto ao contrário de alguns dos meus irmãos que, e note-se!, nem a se dão ao trabalho de lavar”
Agora que todos desceram à terra, é que vão ser "elas".
ResponderEliminar;)
"Franca meditação"...? Os portugueses, a meditar? :-p
ResponderEliminarApetece-me citar Ruben A.
"Porque será que em tudo o que é português, há sempre qualquer coisa
de rafeiro? Há sempre um tipo a chatear, um cão a ladrar, um
desprotegido bom tipo, um fidalgote que nasceu rafeiro. Do alto a
baixo há sempre um costado em que somos rafeiros. Temos dentro de nós
uma raça com intromissões indiscretas, mas bem patentes de rafeirice.
Isto é o nosso interesse tosco e frascário, isto é também o nosso
primitivismo de ideias em atraso mental. Somos comos os barros de
Barcelos - patentes no tabuleiro, colorido e pitoresco, a cinco coroas
cada (para o casal faz-se um abatimento); somos como o vinho verde que
azeda depressa, mas que tem graça e vida bebido da pipa - que tirado
do cajeirão para uma malga bem atestada recheia cá por dentro
acompanhando celestiais sardinhas na brasa. Sim, nos doces regionais e
na culinária de tasca somos mestres. É estranho como os povos diferem:
um inglês não é capaz de produzir um bom arroz de forno, se bem que
por outro lado tenha duas magníficas ideias práticas que nos assustam.
Nós comemos arroz no forno em delícia transcendental e a seguir cinco
ou seis discursos causam um indigestão mental mesmo nos mais
resistentes".
Ruben A. in "Páginas (IV)", Lisboa, Assírio e Alvim, p.145-6.
o estado lastimoso é por demais óbvio. já a meditação...
ResponderEliminarA melhor definição de ser português não está certamente nas páginas da obra do senhor Ruben A., mas sim - e naturalmente, façamos justiça! - nas de Agostinho da Silva... ou de Zorze (estou a brincar, mas aqui vai "alho")
ResponderEliminar"Mesmo que a minha mãe não faça o buço, lembrar-me-ei sempre que foi ela quem me pariu e, como tal, se ela é vista com desdém, com mais desdém ainda deverão vocês olhar para mim. Ela talhou a minha carne e ossos e não deixarei que ninguém a enxovalhe. É assim que a amo cá por casa, isto ao contrário de alguns dos meus irmãos que, e note-se!, nem a se dão ao trabalho de lavar”
(...) a loiça"
ResponderEliminarNinguém pára a Margem Sul, Ninguém pára a Margem Sul, Ninguém pára a Margem Sul, Olé oôôôô!!!
ResponderEliminarArrota!