Deixe-me responder-lhe, Miguel Esteves Cardoso

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"A Xenofobia não tem nada a ver connosco!

“Portugal está a tornar-se europeu. Em vez de se tornar europeu pelo lado bom e difícil – cuidando dos doentes, dos velhos e dos estudantes – está a tornar-se europeu da maneira mais estúpida e mais fácil. Está a ficar snob e xenófobo, como o Reino Unido, a França e a Itália.

Julga-se ao mesmo nível. Julga-se o máximo. Julga-se na moda. Esquece que nos países europeus são as classes mais baixas e ignorantes que são xenófobas. (...)

(...) Hoje, pela maneira como tratamos os brasileiros, estamos um mete-nojo e uns pirosos.(...) Nos últimos anos tenho assistido a expressões inimagináveis de racismo, xenofobia e mediocridade. Num país onde as “bifas”eram um mito, os maiores engatatões do bairro têm a lata de dizer que elas têm todas sida.(...) Um português rir da crise económica brasileira tem cá uma graça! (...)

Enquanto o poeta, cantando, espalhava o verbo por toda a parte, os portugueses proporcionaram quecas à escala internacional. (...) Para proporcionarmos essas quecas, que deram à raça humana todas as cores de pele que lhe faltavam, arriscámo-nos imenso e fizemos grandes maldades.

Não podemos ser, agora, uns velhos carracundos, armados em arrivistas europeus, que se recusam a receber os putos, só porque nos falha a memória ou morde a inveja. (...)

A verdade é que o Brasil já nos vem recebendo, portugas desejados e indesejados, desde que Pedro Álvares Cabral lá pôs os pés. Temos com os habitantes um romance desde 1500. Pêro Vaz de Caminha, quando escreveu a famosa carta de Porto Seguro, podia ter sido mais sucinto e mandar um postal:

Perdoem-me a linguagem, mas desde o primeiro caso de sífilis que lhes pegámos à última onça de ouro que conseguimos surripiar, foram sempre os brasileiros os fodidos.

Não nos esqueçamos dos grandes fodilhões que somos. Os ingleses eram mais mete-nojo. Os Espanhóis tinham mais tendência para matar do que morrer de amores. Só nós, portugueses, estivemos á altura. (...) Houvesse em Portugal tantos homens como havia em Espanha e hoje, em vez de países maçadores como as Bolívias, as Filipinas, os Vietnames, haveria uma infinidade de brasis. O mundo seria mais moreno, bem disposto, mais variado, mais ingovernável e mais giro. (...)

Miguel Esteves Cardoso

* AGORA É A MINHA VEZ * - ZORZE RESPONDE

Numa coisa seguramente concordamos: os portugueses têm medo de responder à letra aos intelectuais deste país e de questionarem o que é convencionado como bom. Pois acho isto uma verdadeira desgraça. Senhor Miguel, deixe-me que lhe pergunte umas quantas coisas sobre o texto que escreveu:

1- É apenas na capital que têm acesso aos números dos portugueses que se tornaram xenófobos e snobes?

1,5- Têm uma equipa de sondagens a trabalhar para si?

2- Acha que os portugueses se julgam o máximo? Pense lá um bocadinho?

3- Tratamos com pouca elegância os brasileiros, mas eles não têm em Portugal uma oportunidade para viver melhor do que no Brasil? E, já agora, por curiosidade apenas, qual é o português que se ri da situação financeira do Brasil?

4- "O mundo seria mais moreno, bem disposto, mais variado, mais ingovernável e mais giro" - não será a sua citação um pouco questionável? Não sejamos tendenciosos!

Conselho do Zorze: Acho sinceramente que o senhor Miguel já entrou na fase decadente de não ter mais sobre o que escrever. O álcool também é fodido e atrofia os cornos a um gajo. E o Zorze até gostava deste fulano!

Comentários

  1. Uma coisa tens que concordar, Zorze: nunca houve tantos xenófobos no nosso país! E acredita que sei do que falo! E o pior de tudo é que estamos a fazer com os estrangeiros, aquilo que tanto criticámos aos suíços, sul-africanos (se não sabem, um dia explico no meu blog a razão pela qual morrem tantos portugueses em Joanesburgo) belgas e franceses. E também há uma coisa: se os portugueses não fossem tão esquisitos com profissões (aqui, porque em França até cortamos relva com os dentes se for preciso), não tinhamos mais de 500 mil desempregados!

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  2. Sim, tudo bem: xenófobos existem aos pontapés, como em qualquer país europeu. Mas por favor, acho que já temos demasiados apontamentos sobre o estado da nossa Nação. Parem é de bater no ceguinho! E o que me irrita são senhores que se julgam os senhores da razão e que podem disparar postas de pescada como esta. Este senhor, concerteza, não deve confratenizar com os normais cidadãos e pinta uma realidade bem mais escura do que ela é.

    E por falar em xenófobos, qual a razão deste senhor não falar, a título de exemplo, dos eslovacos e saber a opinião que estes têm dos ciganos?! Por esta ordem de raciocínio, eles também são snobes, são! E não estamos a falar de Inglaterra ou França.

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  3. Concordo contigo! É muita gente a "bater no ceguinho", mas a verdade é que este texto do MEC tem algumas passagens que, quem é imigrante ou convive com imigrantes regularmente, tem que concordar!

    Zorze, deixa-me só partilhar uma história contigo:
    um amigo brasileiro que eu tenho (cujo pai é construtor civil e estão muito bem de dinheiro, do tipo de pagar carros a pronto), de cada vez que começa a falar e expõe o seu sotaque brasileiro, a primeira pergunta que lhe fazem, com ar desconfiado e relutante, é:
    - "Há quanto tempo está cá em Portugal?"
    Acontece que o rapaz está cá há doze anos, mas faria alguma diferença se por acaso ele estivesse cá há doze meses, ou doze dias?
    Que país é este? O que é estamos a transmitir para as gerações futuras?

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  4. É válido, obviamente que sim. Não poderia estar mais de acordo. Nem o meu post serve para defender os portugueses em particular. A verdade é que quando lemos um texto como este, sintimo-nos englobados nesse universo, o que vem contrariar toda a nossa postura. Eu não quero que ninguém me chame xenófobo! Ele, MEC, podia dizer antes assim:

    - Muitos portugueses, blá, blá, lá...

    E não:

    - Os portugueses blá, blá, blá

    Faz toda a diferença!!! Não sejamos nem extremistas nem preconceituosos

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  5. Reconheço inteligência suficiente ao MEC para não englobar todos os portugueses nesta vaga xenofobia. Aliás, se ele por acaso quisesse fazer alguma observação nesse sentido, seria de imediato desmentido pelos nove milhões novencentos e noventa e nove mil e oitocentos portugueses que não estiveram naquela palhaçada que decorreu no Martim Moniz! Mas também não podemos julgar que existem apenas 200 xenofobos em Portugal, certo?

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  6. Sim, claro que sim. Mas sabes que me custa ouvir dizer mal deste canto. Porra, também um gajo tem um azar por tudo funcionar mal e por os políticos não terem mais visão do que um palmo à frente dos olhos. Isso custa-me bastante. E custa-me ser tomado, como tu e tantas outras pessoas do bem, na corrente de esgoto.

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  7. Sem dúvida! Se há coisa com que eu não posso é com a generalização destas coisas. Reconheço a tendência do tuga para dizer mal disto e daquilo, e dos frequentes "tiros nos pés" que damos todos os dias. Fico tão contente em ver um tuga que vingou lá fora, como fico quando vejo um imigrante a ter sucesso cá dentro (e muitas vezes esse sucesso, passa apenas por ter o que comer às refeições).

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  8. Muito bom comment. Agora se me permites, e por teres discordado comigo ao início, vou enfiar-te esta barra de ferro em brasa por esse teu rabo peludo adentro! Que tal, ó palhacito?!

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  9. Palhacito? Tens algum problema com essa classe profissional? Estás a dizer que é um pouco irritante o facto deles terem um certo sotaque espanhol e repetirem insistentemente: "Muto ben, muto ben"? Mas não nos desviemos do essencial: "barra de ferro em brasa por esse teu rabo peludo adentro"! Isso parece-me um pouco violento, pela descrição! Mas estou em crer que tal afirmação de masculinidade (ou não...) deve-se à tua experiência infeliz com rabos peludos...

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  10. O queres dizer ao certo com tal afirmação? Queres comer com uma CI nos cornos?

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  11. E homem para isso? Arranjas algum que faça isso? É que de outra maneira, não vejo como é que eu possa sair prejudicado...

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  12. Sabes que tenho amigos influentes...

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  13. Eu sei porque morrem tantos portugueses em Joanesburgo: Porque são madeirenses!

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  14. O "amigo influente" está no caminho certo mas o facto de serem madeirenses não explica tudo! Bom, se tiverem o apelido "Jardim" até pode ser que haja alguma relação, mas não é por aí...

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  15. Zorze, felizmente o MEC deve ter mais que fazer do que vir ler o eu blog...

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  16. Zorze, tens razão no que dizes. Acredita que tu és uma inspiração para mim. Mas o que eu gosto mesmo é de ir à praia do MEC

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  17. Zorze, felizmente, o MEC tem mais que fazer do que vir o teu blog...

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  18. Ai o caralho... Então não vês que sou, caralho!!

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  19. eh pá que engraçado. não me aguento de tanto rir

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  20. Seja dado desconto ao MEC. O homem está verdadeiramente demente e esteve cerca de um ano e meio sem sair de casa. Isso causa danos. ZEZ, o teu rabo é assim tão peludo como diz o ZORZE. À lá ver se sim.

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  21. O MEC, o MEC...

    ... e o enxovalho ao Agostinho da Silva no programa "Palavras Vadias", armado em puto rufia intelectual da Cambridge...

    ... tenha vergonha, xô MEC, que isto há tempo de nos arrependermos de tudo nesta vida!

    E o homem é que era marxista, não era?

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  22. Oi Zorze, desculpa lá mas desta vez tenho de discordar contigo. O MEC pode ter exagerado um pouco, mas muito do que ele escreve é aquilo que eu vejo no dia a dia.
    É raro o dia em que eu não oiço uma conversa xenófoba no autocarro, contra os brasileiros e não só. E não são só aqueles velhinhos fascistas decadentes, também muita gente jovem de aspecto instruído.

    E a verdade é que o MEC tem razão quando diz que nós passamos os ultimos 500 anos a espalharnos por esse mundo fora. Só nos anos 50 e 60 foram quase dois milhões de portugas que partiram para outras bandas.

    Agora que nós estamos no clube dos países que se mostram ao mundo como ricos (não quer dizer que o sejamos) temos de nos aguentar à bronca quando o pesoal de sitios menos afortunados (ou menos convencidos) procura uma chance por cá!


    E já agora, deixa-me dizer que Portugal seria muito menos cinzentão se às vezes nós fossemos um pouco mais como os brasileiros!


    E por falar em argumentos contra a xenofobia, já olharam bem para a Natacha do anuncio daquele sumo de melão!

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