Cop Land

Ê e mê (Euchrid de Cave não diria melhor) amigo R., partilhando o último cigarro do maço comprado a meias na véspera, fomos surpreendidos na rua, sob o já tardio crepúsculo vespertino, por dois senhores. Chegaram a toda a velocidade num Fiesta a cair de podre, bateram as portas do mesmo e um deles interrogou forte e feio: “MEUS SENHORES, têm alguma coisa que os comprometa?” Pensei que não teria que responder àqueles cabrões, mas atendendo ao tamanho dos mesmos, lá disse “Não!”. Mostraram os crachás da bófia para ficarmos mais tranquilos, só que aquilo mais parecia PVC de 3mm. Pediram para esvaziar os bolsos; então tirei 30 cêntimos do bolso direito e o meu iPod do esquerdo. Pensei: estou fodido! Vou ser assaltado por dois mânfios armados em cagões. Construí de seguida, no meu imaginário florido por white widows, situações más, mas bem melhores do que aquela que estava a vivenciar. A saber (adoro esta expressão, assim como o quiçá ou o inclusive), ser sodomizado por um pónei shetland ou ficar um dia inteiro a ouvir a música da nova campanha do Pingo Doce. Afinal, e no final das contas, pediram desculpa: “MEUS SENHORES, tivemos uma denúncia, mas já percebemos que nos enganámos nos homens”. Foi quando se fez luz na minha cabeça, isto quando os dois Golias da autoridade já tinham bazado. “Foda-se, afinal tinha uma cena que me podia comprometer: os 130 álbuns albergados no meu iPod e sacados de forma completamente ilegal!”. O que vale é que, parafraseando a obra de Shakespeare, “All's Well That Ends Well” ou, em português, “Foda-se, apanhei um susto do caralho!”



“All's Well That Ends Well”

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