Xixi Cocó na Televisão
O Xixi Cocó tinha um atraso mental. Conheci-o em miúdo e sabia que gostava de apalpar todas as raparigas. Rejubilava aquando do toque dos seus dedos descoordenados nas mamas rijas próprias das adolescentes. De vez em quando, lá se via o Xixi Cocó a fugir dos namorados das teens e, outras vezes de vez em quando, também se via o Xixi Cocó com um olho roxo ou com o braço ao peito. A minha mãe, professora do primeiro ciclo – isto, desde o momento em que a conheci naquele episódio embaraçoso e pouco dignificante da minha vida (o nascimento que pôs fim ao fardo de estar prenha, é claro!) -, dava aulas na avenida. Um belo dia teve a perspicácia de olhar para janela e lá estava ele: o Xixi Cocó. Lentamente, mas muito mais rápido do que a sua destreza em fechar os estores, o rapaz de atraso mental memorável desceu as calças. Enfim, o suficiente para ficar com o gigantesco “bacamarte” à mercê das avaliações das crianças. Por alguma razão, no meio de todo aquele protagonismo, ele gritava bem alto e sorridente para todos ouvirem: “Xixi Cocó na televisão. Xixi Cocó na televisão”. Enfim, tal e qual uma verdadeira estrela do seu próprio sitcom mental.
"Isto, desde o momento em que a conheci naquele episódio embaraçoso e pouco dignificante da minha vida (o nascimento que pôs fim ao fardo de estar prenha)"
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