O mal da palavra.

Ele tinha uma doença: queria aplicar em todas as situações a palavra exequível. Primeiro foi porque lhe soava bem e lhe uma certa distinção. Depois, por uma questão de sentir que a palavra o fazia sentir superior. Mas no fim, ficou dependente dela e tornou-se para ele um mal incurável.

Cliente: Queríamos isto para amanhã!
Ele: É exequível.
Consorte: Foi tão bom, não foi?
Ele: Foi, de facto, exequível?
Funcionário da CP: Tem de tirar o bilhete na máquina!
Ele: Ok. É exequível.
Médico: Você tem uma saúde de ferro.
Ele: Sim. Sou um espécime exequível.

Este post é, de facto, além de extraordinário, simplesmente exequível.


* Hoje ouvi isto e lembrei-me outra vez do quão bom foi o álbum Sam's Town.

Comentários

  1. ando para vir aqui dizer isto há uns dias: acho que nunca usei esta palavra. não sei se é por ela ser muito angulosa, muito bicuda, muito desconfortável ao toque, não sei. tenho quase a certeza que nunca a usei.
    fiquei a pensar nisto :)*

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