Eu. dEUS.
muitos me dizem, "conheço-te de algum lado": do meu lado racional, a milhares de quilómetros do coração, inimigos de sangue, talvez por ser muito pouco pragmático - homem, vá lá -, sempre a mesma resposta: "ando sempre em muito lugares diferentes". talvez ande, não sei; sem querer atropelar-me em raciocínios desinquietantes, aceito ser um gajo popular, do cinema, da escrita, da arte em geral; na verdade, sem o ser, talvez me dê ao mundo com uma cara e postura de gajo porreiro. a verdade é que, por vezes, quedo-me a perder o jeito; sou o que sou de improviso e de querer viver para descomprimir, com uma cerveja ou um moscatel numa mão e com um bom mel na outra; a amar a doçura e a manha entrelaçada das mulheres ou os amigos de olhos emparelhados - esses, sim(!), imperiosos! penso, sem o querer propriamente que, após a minha morte, o meu funeral será digno; com a presença de todas as pessoas que amei e desamei, contudo, ainda amando-as, sem saber, porém, se estas me amarão ainda; e isto tudo, confesso, a propósito das castanhas e do(a) agua-pé hoje ingeridos em excesso - e do excesso de confiança na clarividência de vos ver todos com uma forte tesão paternalista; se fosse 1000 vezes mais do que sou agora, seria dEUS, concerteza; a abraçar-vos na queda, a beijar-vos na morte, a elogiar-vos no desespero, a foder-vos com todo amor no cu, tal e qual o saudoso Dolmancé. mas não, sou o tal gajo porreiro que muito julgam conhecer de algum lado. aí, sinto-me o pai do mundo, numa individualidade suprema e prepotente filha da puta. todavia, sou do bem, da modéstia, do querer amar nu, sem conflitos de roupa ou despires apressados. sou cru, pouco cozinhado; enfim, vosso.
"(...) se fosse 1000 vezes mais o que sou agora, seria dEUS, concerteza; a abraçar-vos na queda, a beijar-vos na morte, a elogiar-vos no desespero, a foder-vos com todo amor no cu, tal e qual o saudoso Dolmancé"
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