O torniquete.

Se tomasse um batido de comprimidos agora antes do jantar, sei que virias em meu auxílio por breves momentos. Depois, desceríamos a rua para tomar café no Chico e comprava-te um bolo de chocolate para te adoçar de vez. Se a minha doença fosse maior, talvez crónica, tu estarias ao meu lado a adormecer-me do destino. Só que te fartarias novamente de mim: sei que sim! E se, lembro-me agora (!), escrevesse um livro ou pisasse um palco maior, tu dar-me-ias os teus olhos “atacâmicos” outra vez? Por agora, na tua corrida louca pelo dia pelo dia, deixando-me sempre a longos metros do torniquete, gritas-me do outro lado com a tua doçura megafónica: “Zorze, tens estado a tratar das frieiras e de ti?”

"Se a minha doença fosse maior, talvez crónica, tu estarias ao meu lado a adormecer-me do destino"

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